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Copa: New Yor Times diz que violência é uma realidade no cotidiano brasileiro

Jornal americano cita casos recentes no Rio, e Telmo Zanini critica órgãos públicos, lembrando que no Brasil se mata mais que no Afeganistão

O jornal americano "New York Times" destacou, nesta quinta-feira, em sua versão online, uma reportagem que analisa os níveis de segurança no Brasil às vésperas de grandes eventos, como a Copa das Confederações, que começa a partir deste sábado, em seis diferentes cidades. O texto diz que a criminalidade é uma realidade do cotidiano do brasileiro, cita um repórter inglês que foi assaltado em seu primeiro dia no Rio de Janeiro, o engenheiro que errou o caminho e acabou morto ao entrar em uma favela dominada por traficantes, na última semana, além do estupro de uma americana dentro de uma van, há poucos meses. A reportagem critica ainda a postura conformada da população, além de citar que fronteiras desprotegidas no Brasil podem facilitar ataques terroristas. Em participação no "Redação SporTV", o comentaristaTelmo Zanini concordou com a reportagem e admitiu que os brasileiros são passivos ao cobrar mudanças.


- Eu concordo com tudo dessa reportagem, menos com o ataque terrorista. Por que o Brasil é tão zoneado, que acho até que o ataque terrorista não daria certo aqui. Estou de acordo com esse conformismo da população, porque sem dúvida, estamos chegando a um nível de violência insuportável e intolerável no país. O engenheiro que entrou na favela não foi o único caso. Na cidade do Rio de Janeiro, vimos crimes atrozes, assassinatos na cidade de São Paulo. Ai dizem que a polícia trabalha, que trabalha, mas somos o país onde mais se mata no mundo. É bom que se registre isso, temos quase 50 mil mortes por tiros e assassinato por ano, é mais do que morre no Afeganistão.

Para o jornalista da TV Globo, os brasileiros aceitam os altos índices de violência, justificando o lado bom que o Brasil oferece.

- Para nós está tudo bem, porque temos sol, temos samba, temos carnaval e tem futebol. Está na hora de parar come essa história de que está legal, porque não está legal. Porque a violência no Brasil está chegando a níveis insuportáveis. E não está isento não, o pessoal não vai fazer trégua na Copa das Confederações como fazem no Carnaval. É bom sim ficar atento. É a crônica do dia a dia. Se ao invés de analisar o caderno de esportes, se fossemos analisar os outros cadernos de cidade. É uma tristeza. A gente fica triste todo dia ao ler o que tá acontecendo no nosso país - desabafou Telmo.

Já o jornalista Carlos Eduardo Éboli, da CBN, diz que o jornalista estrangeiro costuma exagerar um pouco sobre as impressões de um país. Assim como os jornalistas brasileiros fizeram em relação à África do Sul. No entanto, ele concorda que o Brasil não está preparado para um evento como a Copa do Mundo, por exemplo, e mostrou-se cético se vai estar em um ano, quando acontece a competição.

- Essa visão do jornalista estrangeiro é normal e acontece com todo mundo. Nossa impressão em relação à África do Sul, também era uma visão um pouco distorcida, amplificando alguns problemas da África. Mas sabemos que os problemas existem aqui. Acho até que a Copa das Confederações poderia ser um teste melhor do que será. As cidades ainda não estão preparadas para receber a quantidade de turistas na Copa do Mundo. O público na Copa das Confederações é muito local. A gente não vai ver centenas de espanhóis chegando no Brasil nessa competição, mas na Copa do Mundo eles virão. Mas sabemos que os aeroportos não estão preparados para receber turistas concentrados numa única cidade. Agora, vamos resolver esses problemas em um ano? Não fizemos quase nada em seis, vamos fazer em um? Acho difícil lamentou.

Por SporTV

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