“Esta é a primeira vez que se consegue isso no mundo. É a primeira vez que se tentou e que saiu tudo bem”, declarou o médico Eduard Gratacós, chefe do serviço de Medicina Maternofetal do hospital Clínic, de Barcelona.
“O feto sofria uma atresia bronquial (uma obstrução total dos brônquios do pulmão direito), que era um risco para sua vida porque o pulmão crescia de forma anormal e se comportava como um tumor”, explicou Gratacós, integrante da equipe dos hospitais Clínic e Sant Joan de Deu, que em 2010 realizou a operação.
“Sem a terapia fetal, o bebê não teria sobrevivido”, acrescentou ele referindo-se à menina, que agora tem 16 meses e que foi apresentada hoje à imprensa, sob os olhares de seus pais Marco e Mónica Corominas.
“Alaitz (que significa alegria, no idioma basco), é completamente normal. Acorda contente e feliz, ri quando está contente, chora se tem fome”, explicou Mónica.
A atresia bronquial é uma anomalia congênita muito pouco frequente, segundo Gratacós.
Os especialistas realizaram uma endoscopia traqueal fetal (utilizadas em outras doenças) para chegar até o ponto em que o brônquio estava obstruído, perfurar a obstrução e reconectá-lo à árvore bronquial.
A operação levou apenas 30 minutos. “Nestes casos, é preciso operar muito rápido, como se assalta um banco”, afirmou Gratacós em tom de brincadeira.
A operação realizada pela equipe espanhola apresenta uma nova opção para o tratamento da atresia brônquica, uma anomalia congênita que afeta atualmente um em cada 10 mil fetos.
Por Jornal da Tarde
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