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Com internet, o fim das estrelas de Hollywood pode estar se aproximando

Na complexa matemática dos estúdios de Hollywood, o ator Will Smith era tido como financeiramente confiável. Com histórico de bons resultados nas bilheterias - "Independence Day", "Homens de Preto", "À Procura da Felicidade", "Eu Sou a Lenda", entre outros -, Smith ganhou lugar entre as estrelas cujo nome no cartaz ou no trailer seria capaz de levar o público ao cinema.

Foi com certo choque que a indústria viu "Depois da Terra" , ficção científica estrelada por Smith e seu filho, Jaden, fracassar nas bilheterias norte-americanas - arrecadou menos da metade do orçamento de US$ 130 milhões (R$ 293 milhões).

Os recentes maus resultados do verão do hemisfério Norte também não pouparam outra estrela consolidada - Johnny Depp, de "O Cavaleiro Solitário" - e duas em ascensão - Channing Tatum, de "O Ataque", e Ryan Reynolds, de "R.I.P.D."

É cedo demais para proclamar o "fim das estrelas de cinema" - afinal, os sucessos do verão hollywoodiano incluem "As Bem-Amadas", com Sandra Bullock, "Guerra Mundial Z" , com Brad Pitt, e "Homem de Ferro 3" , com Robert Downey Jr. Mas o fracasso de longas capitaneados por atores tidos como rentáveis é um sinal de que o poder dos "movie stars" já não é tão aparente.

Este momento de transição apresenta uma série de obstáculos às velhas e novas estrelas que cada vez mais lutam por relevância. Por um lado, têm de se adaptar às novas tendências de Hollywood, como a aposta em franquias e a maior importância do mercado internacional. Por outro, veem a internet e os avanços tecnológicos criarem novas plataformas de entretenimento e a oportunidade de fama para qualquer mortal munido de um celular e uma conta no YouTube.

Por muito tempo, tal situação pareceu inconcebível. O fascínio pelas estrelas começou quase junto com o cinema, ainda que no início nenhum nome de ator fosse divulgado ao público. Tudo mudou na década de 1910, quando Florence Lawrence deixou de ser conhecida como "garota Biograph", em referência ao estúdio onde trabalhava, e se transformou na primeira "movie star" da história.

De lá para cá, não faltaram estrelas, a começar por Mary Pickford, Douglas Fairbanks e Charlie Chaplin, principais nomes do cinema mudo.

Durante o "studio system", que teve seu auge nos anos 1930, estúdios tinham contrato de exclusividade com atores como Cary Grant, Clark Gable e Bette Davis, escalando-os para papéis nos quais o público estava acostumado a vê-los (as chamadas "personas" cinematográficas) e cuidando para que segredos como a homossexualidade do galã Rock Hudson ou o caso extraconjugal de Gable e Joan Crawford não fossem revelados.

Com o passar dos anos, os atores ganharam maior controle sobre as próprias carreiras, e continuaram motivando o público a ir ao cinema. Marlon Brando, Paul Newman, Tom Cruise, Harrison Ford, Julia Roberts, Tom Hanks, George Clooney, Angelina Jolie: para cada época, determinados rostos foram marcantes.

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